Jovens

Como os jovens devem lidar com esta fase de instabilidade?
 
A adolescência representa uma fase de muitas mudanças na vida de um jovem. A transição da infância para a puberdade implica uma série de novos comportamentos e responsabilidades que antes ele não tinha. É época de namorar, fazer novas amizades e começar a pensar qual a carreira que irá seguir no futuro.
É um período em que o adolescente tenta se autoafirmar e, muitas vezes, pode acabar passando um pouco dos limites, afinal, o que ele mais quer nesta etapa é liberdade. De acordo com o bispo Renato Cardoso, no livro “O Perfil do Jovem de Deus”, essa conduta é considerada “normal” para o período, mas é preciso ter cuidado com tudo o que o cerca.
“É um período de autoafirmação, ou seja, o jovem está se descobrindo e sente a necessidade de mostrar a si próprio e aos outros a sua identidade. Para isso, muitas vezes ele é levado ao extremo em suas atitudes, tamanha é a sua necessidade de autoafirmação. Por isso, é comum vermos adolescentes fumando, bebendo e procurando fazer coisas que possam dar ao mundo que o rodeia uma imagem do tipo: ‘Vejam todos como eu sei o que estou fazendo!’ Sem dúvida, isso é muito prejudicial ao jovem”, diz.
Juventude cada vez mais vulnerável
Para não se deixar levar pelo mau caminho, o bispo chama a atenção do jovem de Deus para que ele dê um passo à frente dos demais e reconheça que a sua vida é extremamente importante.
“Tudo o que o envolve neste momento tem uma grande influência no que você é e faz e no que virá a ser. Já percebeu que quase todos os jornais, revistas e TVs têm um programa ou uma matéria dirigidos especialmente a você? (...) os profissionais da mídia sabem da instabilidade característica dessa fase, ou seja, a facilidade que o adolescente tem de atender a esses apelos, e exploram isso para ganhar público. (...) Assim, torna-se um alvo: todos querem chegar até ele, cativá-lo e fazê-lo seguir determinado caminho. É utilizando de recursos e argumentos que penetram diretamente nessa instabilidade que o traficante de drogas procura ganhar a simpatia do jovem para depois torná-lo um dependente”, diz o bispo Renato Cardoso.
Ainda de acordo com o bispo, essa vulnerabilidade do adolescente torna-se um prato cheio para as forças do mal. “(...) podemos imaginar o adolescente como aquela ovelha solitária, perdida entre lobos famintos: cada um quer um pedaço. Mas o que tem o jovem de tão valioso assim, que há uma disputa para alcançá-lo? O apóstolo João já sabia: ‘...Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes...’ (1 João 2.14). Exatamente isso! Essa força de que fala o versículo acima é o ponto decisivo para definir as atitudes do jovem e o futuro que resultará disso. E quem está interessado nessa força? O diabo, obviamente. Porém, muito mais interesse tem Deus, para que através dos jovens a humanidade possa remir-se dos seus pecados. Portanto, que os jovens de ambos os sexos se façam disponíveis em Suas mãos, para que Ele possa utilizar essa força e energia em favor da Sua Obra!”
A importância da família
O apoio dos pais continua sendo fundamental para que os jovens não se deixem levar pelas tentações do mal e para que levem uma adolescência mais feliz e livre de coisas ruins. O bispo ressalta que mesmo aqueles que não foram privilegiados com uma família unida e sem problemas devem tentar levar uma vida sem conflitos, pois uma coisa não justifica a outra, e que a escolha entre o bem e o mal só pertence ao próprio.
“(...) você pode não ter sido privilegiado em possuir uma boa família, mas a escolha entre seguir o bem ou o mal pertence a você, e ter uma família má não justifica a sua má conduta, pois, no mundo, nas variadas situações com as quais você se depara e pessoas com que se relaciona, com certeza encontrará bons exemplos de vida, dos quais você pode apreender uma linha de conduta adequada”.

“Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá contas. Afasta, pois, do teu coração o desgosto e remove da tua carne a dor, porque a juventude e a primavera da vida são vaidade.”

A vida sentimental do Jovem


Relacionamento. Essa é uma palavra presente na vida de todos os seres humanos, independentemente de faixa etária, sexo e raça. Tudo começa dentro do lar.

Os pais e familiares próximos são as primeiras pessoas com quem o indivíduo estabelece laços afetivos. Anos depois, a criança começa a se relacionar com coleguinhas na escola, na igreja e na vizinhança. O tempo passa e esse indivíduo se depara com uma complicada situação: sua vida sentimental.

Geralmente, na pré-adolescência, o menino e a menina se enxergam de forma diferente. O primeiro já não quer mais jogar bolinha de gude ou brincar de carrinho. E a segunda não quer mais saber das bonecas, nem das brincadeiras de casinha.

Tudo começa a ficar estranho. Quando ela olha para o vizinho, seu coleguinha há anos, sente um frio estranho na barriga. No caso dos meninos, aquela colega de turma deixa de ser a chata para ser a linda, e não é nada agradável admitir que sente o coração bater mais forte assim que a vê.

Momentos de adaptação

Toda mudança exige uma adaptação. É necessário um preparo. O jovem, no entanto, não estudou durante a infância sobre como lidar com seus sentimentos, até porque não é assim que acontece. E esse despreparo, às vezes, se torna um fardo pesado.

Em alguns casos, jovens evangélicos encontram dificuldade de compreender o assunto porque nunca conversaram sobre isso com seus pais, líderes de escola bíblica e pastores. O tema complica ainda mais quando, sem respostas, o jovem começa a namorar e inicia o novo relacionamento sem saber como fazê-lo.

Para a psicóloga clínica e escolar Elaine Cruz, autora do livro “Namoro é + Sexo é –” (foto) O que Somar? Quando Subtrair?, publicado pela MK Editora, a época em que vivemos é privilegiada, já que podemos desfrutar de um progresso tecnológico que inclui telefones celulares, computadores e Internet. Segundo Elaine, todo o mundo está conectado em uma, agora, aldeia global. A facilidade da informação é positiva, mas aumenta a responsabilidade do jovem, que necessita de mais conhecimento para enfrentar, por exemplo, o competitivo mercado de trabalho.

De acordo com a psicóloga, além das descobertas que o jovem passa no seu processo natural, ele tem que se dedicar para ser bom na escola, no curso de idiomas, de informática e no pré-vestibular. A pressão é grande e muitos procuram meios para fugir da responsabilidade. É nesse ponto, que, segundo Elaine, a educação dos pais com base na Palavra de Deus é importante. Normalmente, jovens que não contam com esse apoio tomam o rumo das drogas, do sexo e da violência.

A especialista explica que a violência é estimulada em filmes e desenhos animados. Já a pornografia, desde o início de 2000, está cada vez mais comum em revistas, longa-metragens, na televisão e, principalmente, na Internet, com o crescimento do número de sites eróticos e chats de encontro.

Importância do limite

Com a propagação do erotismo, o jovem tem sido doutrinado pela mídia a praticar relações sexuais o quanto antes. Segundo Elaine, o resultado disso é a dura realidade de moças e rapazes contaminados por doenças sexualmente transmissíveis, inclusive a Aids, e adolescentes grávidas, que não têm maturidade para cuidar dos seus bebês ou que optam pelo aborto.

Para Elaine, o fácil acesso à informação é ótimo, porém, como tudo, deve ter limites. Os pais devem saber o que os filhos, ainda pequenos, têm assistido na televisão, os sites que têm visitado na Internet e o andamento da criança na escola, incluindo, nesse ponto, as amizades. A presença dos pais no crescimento dos filhos é fundamental para que eles aprendam a fazer escolhas. De acordo com a psicóloga, todo relacionamento está ligado em saber dizer sim ou não.

Mas o que isso tem a ver com a vida sentimental do jovem? Segundo Elaine, tudo. "As decisões amorosas são as mais difíceis. Ultimamente, as pessoas têm vivido relacionamentos cada vez mais curtos. Alguns envolvimentos são tão rápidos que nem o nome de relacionamento podem receber", dispara. Elaine explica que a maioria dos jovens não namora, mas “fica” com alguém durante um pequeno tempo. Às vezes, em uma noite, o casal se beija, mantém relações sexuais, porém mal se conhece. Não se sabe nada sobre o outro, nem mesmo nome ou idade.

Esse comportamento pode ser resultado do medo de uma decepção. Para Elaine, os jovens estão cada vez mais perdidos quando o assunto é namoro, principalmente aqueles que valorizam os ensinamentos cristãos. As pessoas não sabem quem namorar, como namorar, que limites impor e se devem ou não praticar sexo antes do casamento. Esses e outros questionamentos podem ser evitados se o assunto não se tornar um tabu e for tratado pela família com sabedoria. Com relação a isso, Elaine ressalta que esse é o objetivo do livro que escreveu, direcionado não só ao jovem, mas aos pais, que devem ter respostas para as dúvidas de seus filhos.

“A proposta é ampliar o conhecimento do jovem sobre o namoro, discutindo o assunto de forma direta e transparente. A maioria dos exemplos e questionamentos apresentados no livro foram retirados de situações de consultório e palestras. O objetivo é mostrar ao jovem cristão que ele pode resolver seus conflitos sentimentais respeitando os limites impostos por Deus e pela sociedade”, finalizou a especialista.

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